Companheiro das horas vagas,
Se queres mesmo que vá remexer no meu passado e to exponha, assim o farei, não posso fazê-lo num todo, mas vou contar-te o essencial, o que aconteceu depois.
Eu olhava para eles os dois e sentia algo estranho, era como se alguém estivesse a apedrejar o meu coração e a encher a minha mente com pensamentos absurdos, começava então por desviar o olhar e tentar ganhar o controlo de mim mesma novamente, contrariando aquela vontade insuportável de começar a correr feita doida e berrar ao mundo que ele era meu, só meu. Ciúmes? Não, não era nada disso. Este sentimento tinha outro nome, um nome mais hediondo, menos pacifico, e era esse, raiva. Raiva porque alguém tinha a atenção dele e nesses momentos eu desejava ser essa outra pessoa.
Eu sabia, desde o dia em que ele me deixou, que nada jamais seria o mesmo,claro que sabia, só não compreendia qual a necessidade que toda a gente tinha de mo relembrar, não podiam parar de o fazer um segundo que fosse? Não era de se notar que eu, frágil e inconstante por natureza, me encontrava completamente arrasada?
Foi nesta altura, que eu aprendi que aconteça o que acontecer, a partir do momento em que nos deixamos atingir por algo que poderá eventualmente nos magoar de uma forma tão profunda no que diz respeito ao amor, caso verdadeiro,não existe retorno possível, vai seguir-nos para o resto das nossas vidas, não importa quantos amores tenhas tido entretanto, ou até que de momento ames alguém tanto quanto essa outra pessoa do passado. Se a amaste realmente, não importa onde ou com quem vás, encontrarás sempre um pedaço de si presente algures, seja num objecto, num lugar ou numa situação. Porque esquecer alguém que amas é como te lembrares de alguém que nunca conheceste, impossível.
Se algum dia chegaste a amar nunca esquecerás, se esqueceres, nunca amaste. Tão simples quanto isso.
Eu, ainda hoje olho-o e sinto um formigueiro a percorrer-me dos pés à cabeça, um sentimento a inundar-me o corpo, mas agora já não o reconheço, digamos, por tanto que é um sentimento desconhecido, se sinto saudades? Talvez, quem sabe.
Tudo que eu sei é que o presente me faz feliz, e da minha felicidade, jamais abdicarei.
Um dia talvez te conte na integra a minha história, talvez te mostre alguns dos meus pensamentos mais íntimos, mas por agora... É tudo.
Com amor,
365 Summer
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